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21/10/2012 - 22h39

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21/10/2012 - 22h39

Líderes de motins na Casa de Custódia são transferidos para outros presídios

Pelo menos dois deles teriam sido levados para o presídio de São Raimundo Nonato.

 O Dia

 

Após os motins ocorridos na última semana na Casa de Custódia José Ribamar Leite, em Teresina, os presos que lideraram os tumultos foram transferidos para outras unidades prisionais. A Secretaria Estadual de Justiça (Secjus) confirma a medida mas não revela a quantidade de transferidos nem para que presídios foram levados.

Segundo informações extraoficiais, pelo menos dois deles, José Ivaldo Celestino dos Santos, apontado como o número dois do PCC no Nordeste, e outro conhecido como Filé, foram recambiados para o presídio de São Raimundo Nonato, inaugurado em agosto do ano passado.

O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), Vilobaldo Carvalho, também não dá detalhes sobre as transferências. "Não temos repassado essas informações até por questões de segurança, para preservar a segurança dos presos e também dos agentes. [As transferências] são uma medida impositiva, para retirar as lideranças, permitir um controle maior", afirmou, acrescentando que a situação na Casa de Custódia ainda é instável. "Ontem, um preso jogou comida na cara de um agente".

No presídio, ainda estão sendo feitos reparos para que os detentos possam retornar para suas celas. Muitas foram destruídas. Vasculhas também continuam sendo feitas, em busca de armas artesanais que, eventualmente, ainda estejam em poder dos presos.

"É lamentável o fato que aconteceu na Casa de Custódia. O Sindicato vinha alertando. É uma situação de inteira insegurança. Ficou pior do que já estava. Infelizmente as obras [para criação de novas vagas] continuam paradas e a transferência dos presos de Esperantina - cerca de 40 - para Teresina foi uma medida até irresponsável", disse Vilobaldo, cobrando a retomada das obras, a convocação de 60 agentes concursados e melhorias na estrutura dos presídios.

Ele informou que irá solicitar nesta segunda-feira (22) uma audiência com o governador Wilson Martins para discutir a problemática do sistema prisional piauiense e pedir providências.

Vilobaldo também comentou a determinação do Corregedor Geral de Justiça do Piauí, desembargador Francisco Antônio Paes Landim Filho, que, após os conflitos, estipulou um prazo de 100 dias úteis para que todos os processos de presos provisórios existentes no Piauí sejam julgados. A medida visa combater a superlotação nos presídios do Estado.

"É uma medida necessária e urgente, mas não vai solucionar o problema. Muitos desses presos respondem a 2, 3 processos. Se eles forem soltos, o problema vai ser jogado para fora dos presídios. Como não há ressocialização dos presos, a soltura transfere os problemas para fora, com potencial aumento da criminalidade", avaliou o sindicalista.

Entenda o caso

O levante na Casa de Custódia deixou pelo menos oito internos feridos. O motivo do tumulto foi a transferência de cerca de 40 presos da penitenciária de Esperantina para a Casa de Custódia, em decorrência de uma rebelião ocorrida na última terça-feira (16) na unidade daquele município. A Casa de Custódia abriga hoje mais de 800 detentos, tendo capacidade para apenas 320 presos.

Os detentos atearam fogo em colchões e lençóis, quebraram paredes, grades e as trancas das celas. Após os motins, foram recolhidas somente no pavilhão 'B" 280 armas artesanais, a maioria delas confeccionada a partir de vergalhões de ferro extraídos das paredes da unidade.

Já a rebelião na penitenciária de Esperantina deixou dois detentos mortos e outros dois feridos.

O Dia

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