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Segunda-feira, 12 de maio de 2025
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Mauro Sampaio

mauroadrianosampaio@gmail.com

02/12/2015 - 15h10

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Mauro Sampaio

mauroadrianosampaio@gmail.com

02/12/2015 - 15h10

Boa notícia ao porteiro e ao proprietário

Economista Gustavo Loyola prevê economia estagnada até 2018 e critica o clima desfavorável criado pelo excesso de notícias negativas, na própria economia e na política

O brasileiro aguarda boas notícias (foto: Mauro Sampaio)

 O brasileiro aguarda boas notícias (foto: Mauro Sampaio)

O Brasil está descendo a ladeira em uma recessão desenfreada que pode durar até o fim do imprevísivel governo Dilma Rousseff. Do porteiro ao dono do imóvel a cara é de pessimismo incontido. Sem provisões e com medo do desemprego, o porteiro acredita que é o fim do mundo. O dono do imóvel pode demitir o porteiro e consumir sua poupança, adiando o fim dele.

 

A situação está mesmo feia, mas fica horripilante com tanta má notícia circulando nas veias dos brasileiros. O clima de enterro da economia e da política afeta a produção e o consumo. Quem irá investir sem confiança no retorno? Quem irá comprar com medo do dia seguinte?

 

O economista e ex-presidente do Banco Central (governos Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso) Gustavo Loyola estima que a recuperação será realmente muito lenta porque a economia do País entrou numa espiral: as expectativas não melhoram, o que faz com que o Produto Interno Bruto (PIB) decresça; o PIB cai e as expectativas pegam carona.

 

A análise feita à jornalista Tatiana Freitas, da Folha de S. Paulo, aponta a necessidade da retomada da confiança para "quebrar o círculo vicioso". Sem um "clima mais favorável", a crise será mais duradoura:

 

Para que isso ocorra (o clima mais favorável), você precisa começar a gerar notícias positivas, e não ter todo dia no jornal crise política, o governo com dificuldade para gerir suas contas, a inflação subindo. A sociedade precisa acreditar que as pessoas que dirigem a economia estão de fato ao volante, estão conseguindo fazer as coisas. E não essa confusão que a gente vê em Brasília. Você não consegue votar nada, a situação fiscal só se deteriora.

 

O Congresso ainda não julgou a extensão da complicação da crise. De um lado, o governo se defende do impeachment. Do outro, tem os que querem fazer o impeachment, e tem ainda os que querem salvar a pele. São várias agendas e não existe uma agenda para o País. É preciso construir essa agenda, mas a gente não vê essa iniciativa nem por parte do governo nem da oposição. O PT faz oposição ao Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e  a oposição vota na Câmara contra aquilo que foi sempre defendido pelo PSDB. A presidente não tem liderança, fica aquela confusão e o País não sai do lugar.

 

Mesmo com toda essa pertubação, Loyola não considera solução o impeachment de Dilma Rousseff: "Não estamos no parlamentarismo, não é uma solução que se adota toda hora porque o governo se tornou impopular ou não consegue resolver os problemas. A situação econômica não pode ser o motivador principal do impeachment. Se a gente der vez a esse tipo de ideia, vai ser muito mais fácil fazer impeachment no futuro. É só ter um Congresso trabalhando totalmente contra o governo, levar a economia a uma situação insustentável e propor um impeachment."

 

A única boa notícia é que estão chegando o clima de Natal, o fim de 2015 e as promessas de um ano novo melhor. Boas festas, do jeito que puderem o porteiro e o dono do imóvel.  

Mauro Sampaio

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