

Miguel Leão fica na área de transição entre a Amazônia e o sertão, no Piauí, também chamada de mata dos cocais. São pouco mais de mil habitantes contados pelo IBGE. A Polícia Militar esteve lá e contou e arrancou 31 mil pés de maconha ocultados por babaçuais.
Se fosse legal produzir e comercializar a maconha, a população poderia estar motivada com a introdução do "maconhal", uma fonte de emprego e renda.
A pequena cidade forneceria matéria-prima para a fabricação de tecidos, cordas e até papel (das fibras extraídas do caule) e do medicamento canabidiol, a substância química útil ao tratamento da epilepsia e crises convulsivas. Para recreação também.
O mercado proibido faz surgir o tráfico. Dele, a violência "natural" na disputa por territórios e "maconheiros". Circula muito dinheiro na ilegalidade e o governo torra milhões num inútil combate. Vários países têm aderido à ideia de recolher impostos com a maconha, menos consumida no mundo do que o álcool e o tabaco, drogas que também causam estragos sociais e à saúde, nem por isso banidas.
No Brasil, insiste-se no enxugamento de gelo. Foi o que aconteceu na ensolarada Miguel Leão.
Mauro Sampaio
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